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NA FOLHA, NA TERRA, TEM ERÊ, TEM ANCIÃ

EXPOSIÇÃO "NA FOLHA, NA TERRA, TEM ERÊ, TEM ANCIÃ" [2020-2021]

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Início: 19 de dezembro de 2020.

Término: 3 de fevereiro de 2021.

Local: Galeria de Artes Visuais do Mercado Velho.

Curadoria: Mika.

Artistas: Jamm  (Jamires Martins) + Línea (Aline Guimarães).

Montagem: Beto Cavalcante + Phillip Marinho + Susi Castellano.

Coordenação técnica: Mateus Sérvio.

Assistência de produção e curadoria: Alana Santo.

Assistência técnica e coordenação pedagógica: Railane Raio.

Programa Educativo: Anderson Martins + Aretusa Bispo + Jamires Martins + Thaysa Ravenna.

Comunicação e Design: estúdio Zuli.

Oficina de Geotinta com as artistas da exposição nos dias 28 e 29 de janeiro de 2021 de 8h às 12h30 na Galeria de Artes Visuais do Mercado Velho de Teresina dentro do programa educativo da exposição.

Texto curatorial: 

"Encontrar-se com a poética das obras de Jamm e Línea, para mais fundo da irmandade espiritual, é se banhar no rio de Nanã e cavucar a terra como um portal que adentra a fita do invisível que serpenteia nossas gerações: do erê, que atentamente olha cada fresta de cotidiano e nele dança com o experimentar, à anciã, que pacientemente reza ao tempo-sabedoria.  

O contexto regional que habita as criações das artistas, que, ora individualmente, ora coletivamente, pesquisam o pigmento a partir da relação de ancestralidade, seja ela de parentesco ou de pensar o ancestral para além do corpo físico que está interligado à uma linhagem, mas como seres pertencentes à natureza e filhos dela, que nascem e retornam à ela,  trabalhando a ancestralidade a partir do território Teresina/Piauí/Nordeste. 

Línea firma seu ponto no desenho como extensão de sua prática em dança.  Desenho de dança traz para a roda o urucum, saudando as heranças deixadas das brincadeiras de seus pais, avós, de todos que vieram antes e repassaram essa materialidade que hoje ganha destaque em sua experimentação. Herança essa que também está presente em suas ilustrações através de narrativas reinventadas a partir de suas andanças de mulher negra, movimentos esses que circulam em temas como: afro e o nordeste, a crença e o cotidiano de pessoas pretas, as brincadeiras e as lendas, em cores colhidas com cuidado de quem pila e peneira a terra e faz de suas múltiplas tonalidades sua paleta principal. 

Jamm carrega o hibridismo na garupa de terrivinha aka, sua bike, asas de cancã que explora a cidade e as margens dos rios e lagoas, colhe de seus caminhos materiais para seus múltiplos laboratórios: carnaúba, xanana, sapucaia são alguns dos elementos que compõem a imagética de suas criações. Fluidez também é um dos aspectos de suas obras que se aprofundam nas águas dos rios Poti e Parnaíba, flutuando nas mais diversas estéticas e meios, desde as pinturas em geotinta, acrílica, digital aos experimentos audiovisuais, como em Cabaça que abre o olho, vídeo-instalação que nos lembra sobre a relação que estamos perdendo com nossos parentes rios e lagoas que abraçam a nossa cidade. Mas até onde esse afeto é devolvido às águas e aos moradores que vivem nas margens? 

Cada uma se move do seu jeito ancestral, firmando a ôrí nas forças das folhas e dos encantados. Pensando no tempo de movimentos e renovações, se faz necessário abrir caminhos para jovens mulheres artistas, que trazem no bojo de seus trabalhos a continuidade dos fazeres e narrativas de nossos antepassados.

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Salve suas forças!" (MIKA)

 

Este projeto foi realizado com recursos da Lei Aldir Blanc Municipal Teresina.

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